Quinto dia em Goiânia - desespero e pressentimento de uma mãe
A Luiza encontrava-se internada na UTI GGOTI II, do hospital Lúcio Rebelo em Goiânia desde do dia 14/07/12, e o estado de saúde dela estava piorando a cada momento, a visita era só a tarde, mas toda manhã nos íamos para o hospital, eu , meu marido e seus dois irmãos, estávamos hospedados em um hotel pertinho do hospital. Chegando lá sempre conseguíamos notícias dela, e acabava deixando um visitante ir vê-la, eu ia mas voltava chorando de lá, pois eu via minha Luiza deitada naquela cama intubada, e eu não queria acreditar, que aquilo era real, eu pegava sua mão e acariciava, falava que amava, passava mão pelo seu rosto e cabelos e pés e a beijava, na terça feira eu acabei discutindo com a médica, pois ela reclamou para mim que médicos amigos da família e seus médicos de são Paulo e Belo Horizonte não paravam de ligar querendo saber noticias dela, e as noticias eram as mesmas, ela esta quase morrendo, ela me disse "fomos mexer com ela agora, dar o banho nela e ela quase morreu, eu quero mais e que ela vá embora daqui viva", ai eu falei com ela, você é uma médica grossa, por isto é que eu não queria que minha filha ficasse aqui em Goiânia, e ainda falei e você toma cuidado porque os médicos dela são muito influentes tanto em São Paulo quanto em Belo horizonte, e se ela morrer aqui vou processar vocês todos, e sai dali chorando, fui descendo a rampa em prantos e todos lá foram me esperavam e tentaram me acalmar. No horário de visita a tarde todos entravamos, e ficavamos um tempão com ela, todos a beijavam e acariciava seu lindo rosto e suas delicadas mãos. Eu não contia o choro de ver a minha linda Luiza ali na UTI, até ai eu acreditava que ela ia sair dali e íamos embora para belo Horizonte.
Amanheceu quarta feira , o quinto dia da Luiza internada, tomei banho, estava agitada e com um friozinho na barriga, fomos todos tomar café, eu não conseguia comer nada. Para falar a verdade eu não comia direito desde sábado. Fomos para o hospital, eu estava estranha, parecia que eu já não tinha tanta certeza que ela sairia dali , com um medo de chegar no hospital, o celular da Luiza não parava de tocar, os meninos que atendiam, o meu celular também tocava, mas eu não queria falar com ninguém. Foram os 2 quarteirões mais difíceis de andar, chegamos ao hospital, entramos, me deu uma coisa ruim, um sexto sentido de mãe me dizia que tinha uma coisa que não estava boa, a sala de espera estava lotada, e a enfermeira avisava que não ia ter visita de manhã, pois estava tendo uma interversão na UTI, logo eu já pensei que fosse com a Luiza e já me desesperei. Nem me lembrei que tinha duas UTI a do hospital que tinha visita de manhã e a tarde, e da UTI GGOTI II, que era terceirizada , onde a Luiza estava . Mas não sei porque eu entrei em desespero, já comecei a gritar no hospital se era minha Luiza que estava tendo a intervenção, mas nada falaram, ai que eu me desesperei mais, lembro que eu chorava desesperadamente , eu estava com medo de perder a Luiza. Liguei para duas amigas que eram de muita fé. E pedia a elas para rezar para a Luiza, e assim rezávamos elas iam rezando comigo, e eu ia respondendo e chorando, cada hora com uma amiga. Depois vim a saber , uma dela tem salão de beleza, estava no meio de um corte, ela parou tudo e ficou comigo rezando e depois ela pediu a todos do salão a se reunirem de mãos dadas e oraram pela Luiza. Meu desespero era tanto que parecia que a Luiza já tivesse falecido, em certo momento uma amiga me liga, eu não conseguia falar meus meninos atenderam e ela ouvia o meu choro e desespero, foi muito estranho ela é espirita e levou a Luiza durante um ano para fazer cirurgia espiritual todo ultimo sabádo do mês. Acredito que ela pressentiu alguma coisa errada com a Luiza, pois ela ainda não tinha ligado. Passamos algumas horas em frente ao hospital, mas não tivemos noticias da Luiza.
Na visita da tarde, chegamos cedo, novamente aquele medo me acometeu, novamente a sala de espera cheia , e a enfermeira disse novamente que estava tendo uma intervenção, eu me desesperei novamente, eles pediram a todos para esperarem. Eu com muito medo não quiz sentar na frente, fui para o corredor, onde eu ficava escondida da enfermeira chamando as pessoas para a visita, estava sendo de um a um, e não falava o nome da Luiza. Eu chorava e gritava no hospital, "eu quero minha Luiza", ela não pode morrer, e de repente eu vi a moca que visitava o marido dela na UTI, do lado da Luiza, ai eu perguntei você já visitou seu marido, ela disse sim, eu comecei a chorar novamente e andar de um lado para o outro, falando se você entrou, é porque o seu marido esta bem. e a Luiza não, de repente meu marido chega perto de mim e fala "Beth o médico quer conversar com a gente", eu enlouqueci pois achava que ela ia dar a noticia de seu falecimento, e sai gritando pelo hospital eu não quero ouvir o médico, meu marido e os meninos foram e viram a Luiza , eu sai igual uma louca pela rua chorando e fui para o Hotel, na realidade sentei no sofá e todos me olhavam, e se entristeciam também pois eles sabiam que estávamos com a filha internada. Eu comecei a falar coisas desconexas, depois vim a saber, tinha uma senhora me acompanhando , era cunhada de uma amiga que morava em Goiânia, ela estava me dando uma forca. Passado um tempinho chegaram eles , todos tristes, eu perguntei e a Luiza ? morreu? meu marido respondeu "ainda não", isto foi uma facada, pois o médico preparou eles para o pior.
Dali fomos para a igreja rezar para a Luiza, lembro que eu em prantos pedia desesperadamente para o padre que fizesse um pedido a Deus para curar a minha filha., ele respondeu "que seja a vontade dele."
Jantamos no hotel, mas desta vez ninguém queria comer , eu não comi nada, só pensava na Luiza e via ela deitada naquela cama de UTI II, sem meio querendo acreditar que era tudo real, e eu não podia fazer nada por ela. "daria a minha vida pela dela, mas Deus não quis assim."
Tentei dormir mas não conseguia, sonhei com o velório da Luiza, as amigas e amigos dela todos em volta cantando para ela. Não sei se sonhei dormindo ou acordada, não consegui distinguir, foi tão real, que as vezes acho que foi Deus me preparando para o pior.
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