sábado, 16 de julho de 2022

DEZ ANOS DE SAUDADES DA LUIZA - A MAIOR DOR É A DOR DE PERDER UM FILHO




Em um dia de chuva você nasceu, em um dia de sol você partiu!!!!
partiu para um lugar onde eu não tive como ir com você, ficou a tristeza, a dor, o sofrimento, este vazio que nada preenche, uma inquietação me consome, não consigo ficar em lugar nenhum por muito tempo, na realidade eu só me interesso em te encontrar, em algum lugar, lugar este que não sei onde é.
Eu sei que muitas pessoas falam que você está bem, mas eu não tenho esta fé firme e convicta. Ninguém tem certeza de nada, cada um tem sua crença, esta é a verdade. 
A minha vida é você. eu te amo demais e sofro demais, minha cabeça esta ficando oca, as vezes nem consigo raciocinar mais. Eu penso em você vinte quatro horas por dia. Eu escrevi um capitulo do livro que estou escrevendo sobre você, que acho que você gostou.

"A maior dor é a dor de perder um filho"






















DEZ ANOS SEM A LUIZA - MOMENTOS MARCANTES DE DESESPERO QUE VIVI NA GRUTA DO RONCADOR APÓS A CIRURGIA ESPIRITUAL

 Momentos marcantes de desespero que vivi na Gruta do Roncador após a cirurgia espiritual e sua chegada em Goiânia

 A cirurgia espiritual aconteceu no dia 13/07/12, a Luiza estava linda, com uma bata bordada branca e uma calca branca. Ela tinha tomado banho e se aprontado e me perguntou "estou bonita mãe" eu respondi está linda, você vai ser curada minha filha.
A partir do momento que a Luiza passou mal na Gruta do Roncador MT,  após a cirurgia espiritual com a médium Deuzinha conhecida na cidade Barra do Garças MT, eu entrei em desespero, tive de tomar a decisão de ir embora para Belo Horizonte  logo que amanheceu dia 14/07/12, ela amanheceu prostrada, andava com dificuldade , lembro-me que dei mamão com mel para ela na boca no café da manhã,  estava muito preocupada, todos que estavam na Gruta, eram em torno de 200 pessoas, que estavam participando da cirurgia espiritual iam dar uma caminhada nos arredores da Gruta. Eu fiquei sozinha com a Luiza, pois ela não tinha condições de andar, lembro também  que ficou uma jovem da idade da Luiza, que ela tinha conhecido na Gruta, a menina me fez companhia. A Luiza estava com dificuldade de ficar até sentada, achei melhor deita-lá, havia um colchão perto, deitamos a Luiza de lado, para ela ficar mais retinha, fui correndo, mas corri no meu máximo até a Gruta, que ficava uns 500 metros dessa casa de apoio, e peguei nossos travesseiros e coloquei apoiando as suas costas. "isto não foi o mais indicado, mas só vim  a saber disto depois, porque quem esta com problemas de pulmão/pleura, que era o caso da Luiza, ela tinha metástase na pleura, o mais indicado seria  levanta-lá  e deixar ela o mais reto possível, para ela respirar melhor ", foi ai que tomei a decisão de ir embora com a Luiza, então liguei para meu marido e falei que a Luiza passou mal e que estávamos indo embora e que era para ele ligar para o Dr. Enaldo , médico da Luiza e providenciar tudo, meu marido contratou a UTI móvel para nos buscar, mas a UTI móvel ia sair de Goiânia, o médico da UTI disse que seria mais demorado o avião ir até a Gruta  do Roncador MT,  e depois para Belo Horizonte, do que pegar um avião mini motor de uma cidade ali perto Barra dos Garças e ir até Goiânia, e de lá então pegaríamos a UTI móvel e iríamos para BH, foi o que fizemos, contratamos um mini motor para levarmos até Goiânia.  ( tinha uma pista de pouso do lado da Gruta) sorte que tinha 3 médicos , inclusive um deles estava também com câncer e estava em busca da cura. Ele examinou com muito cuidado e carinho a Luiza e viu que seus batimentos estavam baixos e achou que a melhor decisão era ir embora mesmo, mas exigiu que o mini motor tivesse pelo menos um oxigênio para a Luiza. Passaram-se algumas horas até o mini motor chegar.  Enquanto o médico ficava com a Luiza, fui arrumar a nossa mala, fiz tudo muito rápido e logo estava tudo pronto, eu a cada minuto que passava mais tensa eu ficava em ver a Luiza daquele jeito. Aconteceu o que tínhamos mais medo, a Luiza precisar de alguma coisa de urgência lá na Gruta. Pois muitas vezes em casa, a Luiza pedia para buscarmos remédio, fora de hora pois ela ia tomando enquanto tinha dor e de repente acabava. Nós sabíamos da precariedade do lugar, por isto levamos todos tipos de remédio. Algumas pessoas que estavam na Gruta  foram solidarias  com a Luiza, e ela mesmo, estando com esta dificuldade de ficar até sentada e com muita dor ela sorria para todos e agradecia. O mini motor chegou, e o médico foi levando a Luiza com todo cuidado, ela andando devagar e com um pouco de dificuldade, todos se despediram dela, e ela retribuía a cada um com um belo sorriso e agradecia a todos, foi muito emocionante o seu trajeto até o mini motor. Primeiro as malas, eu entrei e em seguida a Luiza, o médico carregou a Luiza no colo e a colocou no mini motor, deu um abraço nela, percebi lagrimas em seus olhos então pegou o oxigênio e colocou no nariz da Luiza e me disse, vai segurando, ela precisa de oxigênio e lembro-me dele dizer ao piloto, voe o mais baixo que conseguir, é melhor e mais seguro para a Luiza. Eu sempre tive muito medo de avião, mas engraçado que quando é para salvar  um filho, fazemos aquilo que sempre achávamos que era impossível., não tive medo nenhum, abracei a Luiza com um braco e com o outro segurava o oxigênio e assim seguíamos viagem até Goiânia. Sentir ela em mim, foi emocionante, sua pele na minha, é o amor incondicional lembro-me que em certos momentos cheguei a conversar com Deus, falando que meu maior medo era andar de avião e ele cair, mas estava pedindo a ele que deixasse o avião cair, ai morreríamos e a Luiza não iria sofrer nada mais, e eu iria com ela sem medo. Infelizmente isto não aconteceu, e logo avistei o aeroporto de Goiânia, e o mini motor pousou e lembro-me que logo um médico tirou a Luiza rápido colocou-a na maca, enquanto eu ainda com dificuldade saia do avião. Logo o médico da UTI já veio me falando que não poderia voar com a Luiza pois sua oxigenação estava baixa 97, eu entrei em pânico, comecei a chorar a falar que estava boa e ele  dizendo que não voaria pois ela poderia falecer no ar, e ele não assumiria o risco, eu disse que assinara um termo de autorização mas não adiantou. Liguei para seu médico de Belo Horizonte e expliquei parao ele o que estava acontecendo no aeroporto, pedi para ele conversar com o médico de Goiânia, mas nada adiantou. O médico de Belo Horizonte já estava no aeroporto da Pampulha esperando a Luiza com uma ambulância e o Hospital Mater Dei reservado. Ele disse que não poderia obrigar o médico a voar. Pois as normas técnicas da UTI móvel existem, e o médico não queria assumir risco. A Luiza estava deitada na maca, ela já estava bem melhor do que estava na Gruta, estava já acordada. Na realidade a Luiza tomou muito dimorf a noite na Gruta após a cirurgia espiritual, e ninguém pensou nesta hipótese, nem eu, nem ela e nem os médicos ( 4 ao todo). depois fui pesquisar Dimorf em excesso deixa a pessoa prostrada. Mas a Luiza já estava  ativa perguntando para o médico porque ela tinha que ir para UTI no hospital de Goiânia, ele respondeu que era para fazer um procedimento. Mas ele combinou com o Dr. Enaldo de leva-la para um hospital onde trabalhava um médico que tinha sido residente dele. Então liguei para meu marido e falei que não íamos mais e que a Luiza ia ter que ficar em Goiânia, ele ficou assustado, isto já era umas 16 horas, ele então foi em busca de passagem aérea para Goiânia.   Eu do lado da Luiza, que se encontrava  na maca, estava fora de mim, não tinha caído a minha ficha do risco de tudo aquilo. A Luiza me olhou, com aqueles olhinhos lindos , pois era assim que eu sempre a via, os seus olhos sempre foram lindos, de chamar a atenção desde que nasceu, e foi muito marcante para mim ela me olhar, pois nos duas trocamos olhares, que somente nós sabíamos o que queria dizer, "cumplicidade", eu estava com  medo e insegura, de ficar em Goiânia e não consegui impedir o Dr. Deusdete de levar a Luiza para uma UTI em uma  cidade onde não conhecíamos ninguém , nem os médicos, e ai então ela tirou o seu anel solitário e me entregou e falou "guarda para mim mãe", como sempre fazia quando ia fazer exames, cirurgias. depois ela colocava de novo. Ela ganhou quando fez 18 anos, e ela nunca tirava ele do dedo, este momento marcou para sempre pois o seu anel não voltou mais para seu dedinho. Hoje eu que uso ele, guardei o meu e o dela brilha diferente em meu dedo.
O médico então chamou a ambulância e colocou a Luiza dentro e e eu fui na frente, ai que vi que o piloto do mini motor ainda estava lá, lógico eu tinha que pagá-lo. Paguei , ele se despediu e desejou boa sorte para a Luiza. Voltei para a ambulância, não sei porque mais fui na frente, deixei a Luiza atraz com o médico. Chegamos no hospital, ele foi entrando com a Luiza e disse para eu ir fazendo a ficha dela. Quando de repente vejo ele voltando com a Luiza, eu perguntei o que aconteceu, ele respondeu, o amigo médico do Dr. Enaldo, médico da luiza me arrumou apartamento, eu quero vaga em UTI e aqui não tem, ele estava apressado parecendo que a Luiza estava ruim, mas ela não estava, mãe sente. Ai voltamos para a ambulância e fomos para outro hospital que ele escolheu, Hospital Lucio Rebello UTI GGOTI II , terceirizada, quando fiquei sabendo fiquei brava com ele. De repente no caminho ela manda ligar a sirene, tive odio ,não precisava disto.
E assim a Luiza foi internada as 17;00 do dia 14/07/12. Eu não gostei da UTI, pois eu fiquei dentro dela com a mala e a mochila da Luiza. De repente ouvi a Luiza gritar de dor, mas gritar mesmo, ela estava  fazendo o procedimento, limpar a pleura. Mas só que depois que ela limpou a Pleura as coisas foram piorando. Eles deixaram eu vê-la, ela estava com uma mascara grande de oxigênio e que estava apertando o pescoço dela, quando ela me viu  entrar ela ainda com tudo que passou, a dor horrível, ela sorriu para mim, e eu para ela , me mandou um beijo e fez um coração com a mão e ficou apontando para chamar a enfermeira, mas ela disse , a Luiza quer tirar a mascara de oxigênio, pois esta incomodando., mas acho que ela não agüenta ficar sem, mas a Luiza insistia apontando para a enfermeira, ai ela me disse vê com a fisioterapeuta, fui falar com ela, ela disse a mesma coisa, eu acho que ela não agüenta ficar sem, mas vamos tentar, fecha a mangueirinha do oxigênio, fechei, ela tirou a mascara e a Luiza entrou em desespero, ficou sem ar, ai não me lembro de nada, quando me dei conta estava sentada num banco lá dentro da UTI mesmo, disseram que eu dei de desmaiar,e desacodei. Logo quis ver a Luiza de novo, mas ela já se encontrava entubada. ""FOI O MAIOR ERRO DA UTI II GGOTI DO HOSPITAL LUCIO REBELO""O médico de São Paulo disse que entubar a Luiza e dar atestado de óbito para ela. Eu não consigo me perdoar, pois deveria ter dito para o médico da UTI móvel, que se algo de ruim acontecesse com a Luiza em Goiânia eu iria processa-lo.
Às 00:00 meu marido chegou e entramos para ver a Luiza, me assustei de vê-la entubada, chorei , acariciava  suas mãos , seu rosto lindo e a beijava. Como meu Deus a minha filha ali, a pouco tempo ela estava bem. Foi tudo culpa daquele medico Dr. Deusdete da UTI móvel, e do chefe da UTI GGOTI II.
Este foi seu primeiro dia no Hospital Lucio Rebelo