domingo, 14 de agosto de 2016

SER MÃE DE UMA FILHA COM CÂNCER - LUIZA SILVEIRA MENDES - RABDOMIOSSARCOMA

Hoje resolvi escrever um pouquinho, como é ser mãe`de uma filha com câncer. Ë tudo muito cruel, ver sua filha tratando de câncer e não melhorando, vai te dando desespero, apesar que eu acreditava que ela ia ser curada, mas quando? o tempo estava passando, e cada hora acontecia uma coisa, eu sofria cada minuto , quando ela fazia a quimio pesada, que passava muito mal, eu chorava pelos cantos, mas sempre tentava deixar ela não ver. Ser mãe de uma filha com câncer é ver sua filha querida , mudando um pouquinho a cada dia. Apesar dela passar por todo este processo, era ela o meu porto seguro. Eu estava sempre em prontidão para a Luiza , ela pedia eu a atendia imediatamente.
Estávamos em São Paulo em fevereiro de 2012, fazendo os exames, para coletas de celulas para um futuro transplante. Os protocolos já haviam se esgotado e a doença estava ali. O médico de São Paulo achava que não ia adiantar de nada no caso da Luiza. , mas eu insistia que ia dar certo. queria sempre passar para a Luiza que havia uma esperança.Porque não dar esta esperança a ela,eu insistia com os médicos, até dar certo. Luiza aproveitou fez todos os exames, todos ruins, ela queria saber os resultados, ficava ligando para o médico toda hora. ele fugindo dela, inventava história, que ainda não tinha visto, ela pedia para mim ir lá no hospital conversar com ele, e saber dos exames, e porque ele não respondia seus telefonemas. Eu saia igual uma doida, pela rua de São Paulo, ia até o Hospital AC Camargo, procurava por ele, mas ele me dizia que não estava bom, o pet scam estava ruim. a metástase na pleura tinha aumentada muito, mas a nossa consulta estava marcada para quinta feira, e o resultado ia sair quinta cedo. fui buscar correndo, pequei os exames, quando abri e vi o resultado, cai nas escadas do hospital, a sorte que eram 3 degraus. Realmente um aumento muito significativo em tudo. Fomos para a consulta, ele entra numa sala com ela e a enfermeira examina e sai primeiro que ela. Ele já foi me falando, foca no pulmão, ela esta com medo de amputar o pé. vamos focar no pulmão. Não me pergunte nada, eu não posso mentir, e sim omitir. e a Luiza é muito esperta e pega tudo no ar, ele já foi falando do pulmão e disse, vamos cuidar de sua pleura. fazer quimio. Ela então perguntou, ela questionava de igual para igual., eu fiquei calada. porque não opera? ele respondeu: é metástase, e metástase não se opera, ela então já chorando, (peguei suas maõnzinhas magrinhas e segurei) falou, então o que se faz, ele respondeu só controle, metástase não tem cura..Como assim disse ela, não tem nada para fazer, ele respondeu não Luiza , não tem cura Ela já chorando, eu chorando, falou, então vou fazer quimio para o resto da vida ? ficar sem cabelo? ele respondeu, sim Luiza. Ele receitou uma quimio experimental, que ele trouxe dos USA., muito pesada. E assim saímos de lá desanimados da vida. Eu estava perdida. Me deu uma sensação de impotente, não podia fazer nada por ela, Foi quando começaram as dores dela na pleura. e ai as coisas foram se complicando. O câncer é assim, comparando com uma gestação, que você vê crescer e ver nascer, e concretizar a vida em 9 meses .O Câncer você vê ele só acontecendo, mas você sabe que uma hora vai acabar , mas não quando,?????? vai morrer.

















terça-feira, 9 de agosto de 2016

ÚLTIMA IDA A ABADIÂNIA JOÃO DE DEUS - LUIZA SILVEIRA MENDES

Cinco de Julho de 2012, estávamos em Abadiânia, com o João de Deus, esperávamos a cura física, era a terceira vez que estávamos indo lá. Luiza com o pai dela seguiam a fila indiana, nós , eu, meu filho Gustavo e o amigo dela Ronaldo. João de Deus disse que ela já estava curada. Meu filho e eu perguntamos também sobre a Luiza ele disse " olhe ela já está curada, apontando para ela", mas eu não estava satisfeita com a resposta, passava várias vezes na fila, pois como ele encorporava 36 entidades, poderia ser uma diferente, mas nada mudava, sempre falava que ela já estava curada. O ajudante já conhecia ela, pois era a terceira vez que íamos, e cada vez ficávamos 3 a 4 dias. Ela falou para ele, meus exames estão ruins, cada vez pior, ele olhou para ela e disse e você como está se sentindo? olha que linda você está, e estava mesmo, ela estava reluzente, isto é que importa. Realmente não sei dizer como ela estava se sentindo, não quiz perguntar para ela, O médico já tinha me orientado para não ficar fazendo perguntas para a Luiza, das quais ela não saberia responder. Lembro que fomos dia 04 cedinho, ela começa atender quarta às 14:00 horas, até sexta às 14:00 horas. tomávamos a sopa todos os dias. Ela estava feliz de estar lá, realmente a energia de tanta gente, deve ser boa. Mas ela estava sentindo muita dor, usava bolsa de água quente.
Eu fiquei meio incrédula nele, depois que a Luiza faleceu eu fui lá e falei para ele, "sabe a minha filha que você disse que tinha sarado, nas 3 vezes que estivemos aqui com ela, faleceu, o que você me diz, lógico ele não gostou, me olho por um tempo com uma cara feia e me respondeu , se não morresse gente eu não estaria aqui."vocês viram não teve resposta para mim.